Sou advogado há 30(trinta) anos, e venho observando cada vez mais a decadência de nosso sistema judiciário. Não é saudosismo é realidade para mim vivida e sentida. Já “briguei e defendi” demais essa forma injusta de se fazer justiça, onde somente os abastados saem sempre ganhando. Nunca participei de concurso em toda minha vida. Tinha e tenho tudo para ficar do outro lado, pois para mim até que estão boas as coisas, mas não fico no meu casulo ou como avestruz com a cabeça enfiada no buraco, procuro observar as coisas. Quando comecei advogar o juiz era exemplo, e não era fácil o ingresso na Magistratura ( essa merece no maiúsculo), hoje basta ser filho de quem pertence a certa “seita”,mesmo que não tenha exercido a advocacia conforme exigência legal, como muitos fazem, se formam e vão estudar para concursos, deixando o nome em alguns escritórios de advocacias, para colocar na procuração e depois justificar a bela “advocacia” que praticou e seu imenso “Q.I” aliado a “decoreba”. Tinha que acontecer o que vem acontecendo, infelizmente, há poucos vocacionados, pois a grande maioria não manda nada, suas ordens não são cumpridas e quem determina o certo ou errado, são os INSS,CPFL,da vida... Visitar presídios e CDPs, nem pensar, “que morram aqueles seres humanos”, afinal quem mandou não pertencerem àquela elite do “Q.I”. Não mandam sequer nos cartórios e estão certos os serventuários em não obedecerem, estão ali para obedecerem à lei, e como não gozam do mínimo respeito do Estado, que começaria com um vencimento justo, que façam greve, mas expliquem também ao povo, a motivação da justiça da greve bem como o merecimento, evitando-se que sejam jogados contra o povo. A greve parece justa minha gente, basta se ver a disparidade entre os vencimentos de um serventuário em início de carreira e o de um magistrado, ainda que em início de carreira. Essa vergonha tem que acabar, começando pela valorização do serventuário da justiça, pelo cumprimento das leis por parte de nossos juízes, tratando todos igualmente e julgando com coragem e honestamente, em especial os casos criminais, onde somente branco,loiros e filhos de rico não podem “de forma alguma” ficarem presos, pois a prisão foi feita para negros,pardos e pobres, quando não são mortos nas esquinas da vida, mesmo que seja sobre uma motocicleta “entregando pizza”. Faço dessas linhas um réquiem aos motoboys assassinados trabalhando, enquanto no jargão policial, foram mortos por resistência à prisão, quando resistência não houve nenhuma:”mesmo argumento da ditadura militar para legitimar a violência e o autoritarismo das forças repressivas da época”, conforme bem abordado pelo editorial do IBCCRIM, do mês de junho de 2010 (nº211- ano 18). Retomando a conversa, quem dentre nossas autoridades constituídas terá coragem de mandar investigar e punir as coisas erradas em nosso meio? Enquanto isso não acontece, observemos nosso país e o que dizem as instituições internacionais sérias sobre nós, como por exemplo,a Human Rigts Watch, para ficar só nesse exemplo.
terça-feira, 22 de junho de 2010
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