Francesco Carnelutti, na sua pequena grande obra “COMO NASCE O DIREITO”, ao discorrer sobre a relação do direito com a moral, coloca a “responsabilidade” do desencontro humano, na economia, que não deixa de ser o pai e a mãe do sistema capitalista, e diz com muita propriedade que: “Se quiséssemos resumir em uma breve declaração as razões pelas quais os homens não conseguem viver em paz no terreno da economia é o reinado do eu, ou seja, do egoísmo, tanto dos homens como dos povos. Por isso, em si e por si, é o reinado da desordem. Para pôr ordem no caos econômico e fazer com que os homens vivam em paz, é necessário substituir o egoísmo pelo altruísmo, o eu pelo tu. Se a economia é o reino do eu, o reinado do tu é a moral. Kant falou a esse propósito do respeito; mas o princípio cristão incomparavelmente mais claro e vigoroso propõe o amor ao próximo como solução do problema. Fica claro que se aquele que tem dá espontaneamente àquele que não tem, amando-o como a si próprio, e quem recebe se contenta com o que lhe é dado, também ele responde com amor, assim, a guerra desaparecerá. É evidente, desse modo, que, quando se compõe por amor os conflitos de interesses entre os homens, não há mais lugar no emprego da força para constrangê-los. Por isso, a moral, como reinado do amor, é também o reinado da liberdade. Tudo isso é fácil de dizer, contudo quando se trata de colocá-lo em prática, hic sunt leones ( aqui estão os leões”. Cristo ensinou que o amor ao próximo e o amor a Deus se implicam reciprocamente, assim que o amor ao próximo seja a perfeição do homem; a duvida é: quanto é o necessário para ser perfeito? Amar ao outro significa identificar-se com ele; colocá-lo no mesmo nível que a si próprio; e isso não pode ser mais do que a meta de um longo e duro caminho, à qual, salvo exceções de certos caracteres privilegiados, os indivíduos, como os povos, não podem chegar a não ser através de lento processo que dura toda a vida. E, no entanto...” Analisando essas reflexões chegamos aquela conclusão que a maioria da pessoas também chegam quando pensam no vil metal, embora Economia como ciência, não seja apenas isso percebemos que Sir Thomas Morus, o grande chanceler de Henrique VIII, estava certo quando escreveu UTOPIA, baseando sua obra no reino que não existia ao apontar que o ouro e bens materiais naquele lugar não tinha valor algum, o que valia era a felicidade das pessoas e como tal deveria ser a moeda de troca. Interessante esse ponto de convergência entre todos os grandes homens que fizeram história, demonstrando que somente os humanistas conseguem fazê-la, jamais os “muquiranas”, pois estes somente pensam em Poder e Riqueza, pobres seres que são os responsáveis em não possibilitar que os seres humanos possam chegar a algum lugar,e impedem a felicidade do próximo. Enquanto isso, observamos que embora haja espaço para o direito, não há espaço para a moral e assim a passos largos vamos vendo a derrocada da humanidade, pobres de nós!
sexta-feira, 15 de abril de 2011
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Belo gesto! Obrasil poderia incentivar blogs iguais a esse para melhorar a cultura do povo.
ResponderExcluirLuiz Alfredo .- Professor de História Contemporânea, com doutorado em Harvard.
Eu acho que não evoluí. Pois nem mesmo minha madrinha vem me visitar e estou com saudades.= Caco do quinzinho.-
ResponderExcluirmais uma vez fomos brindados com belo texto e de boa qualidade. O direito jamais se divorciará da moral. Pelo menos o Direito como ciência e a Moral verdadeira, válida, legítima, não a legitimada ao critério de cada um. A Moral real.
ResponderExcluir(Luiz Otaviano- Sorocaba)
Francesco Carnelutti, kant e o Dr. Joel de Araujo têm razão.
ResponderExcluirpara mim Direito e Moral se complementam, uma ciência é dependente da outra. assim é o direito e assim é a moral, ambos caminho e definindo o que é bom e justo. vamos amar o direito e a moral
ResponderExcluire assim encontraremos a Justiça. ( Emanuel Osório)
Direito e Moral não se confundem, são dois ramos da ciência que se fundem.
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