Joel de Araujo Advogados

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O CASO TINGA! O RASCISMO! E CASTRO ALVES,... ENFIM!

                                 
                                 Dificilmente alguém deixou de ficar sabendo, dia desses, dos fatos que envolveram a abominável e repugnante prática de racismo de que foi alvo o jogador Tinga, da equipe do Cruzeiro. Em disputa de partida válida pela Libertadores da América, no Peru, o atleta ouviu ofensas de parte da torcida adversária. “Ofensa”, aqui, tem até um sentido menos grave e mais ameno, se considerada a dimensão do sofrimento imposto àquele que foi atingido em sua honra subjetiva, que foi discriminado por ser negro. Em tempos de homofobia, intolerância religiosa triste é constatar que o preconceito não só tem lugar como ganha amplitude. Triste é constatar que o sonho acalentado por Luther King, que o ideal de um mundo melhor, fraterno, sem desigualdades e mais justo socialmente que moveu Stephen Biko, Nelson Mandela e tantos outros mostra-se ainda tão distante. Mas não devemos nos deixar contaminar pelo vírus do ceticismo, nem ceder ao apelo das adversidades. Entre nós, com atraso é bem verdade, o racismo foi caracterizado como crime.  E por racismo há que se entender não apenas o tratamento hostil em relação à cor, mas à condição da pessoa. Pouco importa a origem, a orientação sexual, a convicção religiosa. Está na Constituição: todos são iguais perante a lei. Tinga soma ao nada seleto grupo formado por quem paga o preço de ser afrodescendente. Até por isso, todos nós que descendemos da mãe África, o continente negro, fomos atingidos. Ao longo dos dois mandatos que cumprimos à frente da subsecção Sorocaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) encampamos a missão de marcar presença institucional e combater os desmandos.Criamos comissões que ficaram encarregadas de exercer esse controle social. Não há como, portanto, aceitar tamanho retrocesso. A esperança que a gente carrega não pode ser, como deixou assinalado o compositor popular, “um sorve em pleno sol”. Todos, indistintamente, devem dar um basta a tais atrocidades! Não se pode mais compactuar com isso. 
Lembro, aqui, de Castro Alves, em seu monumental “Navio Negreiro”: 
“Existe um povo que a bandeira empresta./ P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia./ E deixa-a transformar-se nessa festa./ Em manto impuro de bacante fria!/ Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira é esta, que impudente na gávea tripudia?/Silêncio. Musa... chora, e chora tanto./Que o pavilhão se lave no teu pranto! ../Auriverde pendão de minha terra,/Que a brisa do Brasil beija e balança,/Estandarte que a luz do sol encerra/E as promessas divinas da esperança../ Tu que, da liberdade após a guerra,/Foste hasteado dos heróis na lança/ Antes te houvessem roto na batalha,/Que servires a um povo de mortalha!”../  Reflitam a respeito. Até a próxima postagem!

5 comentários:

  1. Muito bom ter um observador em Sorocaba, das coisas que acontecem no Brasil e a grande imprensa, preocupada com política minúscula não consegue ver. Parabéns Joel. Joaquim da Matta. Sorocaba.

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  2. No nosso país, o negro não tem vez e não adiante editar lei porque não pega. o racismo aqui é disfarçado. João Ninguém, um negro errante, porém pintudo.. Votorantim.

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  3. O Brasil é um país sem heróis e sem referência e estamos cada vez pior em todos os sentidos. Anselmo dos Anjos.

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  4. Quem disse que o Brasil não tem heróis? Querem um exemplo? Macunaíma, o herói brasileiro
    de todos os tempos! É a síntese e a cara de nosso povo. Jordão Miakase. Sorocaba.

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  5. Quem disse que o Brasil não tem heróis? Querem um exemplo? Macunaíma, o herói brasileiro
    de todos os tempos! É a síntese e a cara de nosso povo. Jordão Miakase. Sorocaba.

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