25/11/14 | DIA
INTERNACIONAL DA NÃO VIOLÊNCIA
Justiça recebe média de dois casos por dia de agressão contra mulheres
Instalada há pouco mais de um ano, a Vara Especializada no Julgamento de Casos
de Violência Doméstica de Sorocaba contabilizou, até outubro, um total de 849
inquéritos distribuídos. Os números indicam, na prática, que em média duas
mulheres são vitimadas diariamente por agressão na cidade. No mesmo período, de
acordo com números fornecidos pelo cartório, 489 medidas protetivas
(procedimento previsto na lei que protege a vítima da proximidade do agressor)
deram entrada na repartição. Destas, 270, mais da metade portanto, foram
deferidas. O total de processos em andamento alcançou a marca de 103. Para o
juiz Hugo Leandro Maranzano, titular da especializada, o quadro não traduz
necessariamente um aumento de casos. "Estamos diante de uma tomada de
consciência maior por parte das mulheres que, ao se sentirem ameaçadas, buscam
exercer seus direitos e a punição daqueles que as intimidam", afirmou. O
magistrado fez a análise em contato com a reportagem do Cruzeiro do Sul por
ocasião da passagem, hoje, do Dia Internacional da Não Violência Contra a
Mulher. Maranzano apontou como fatores que contribuem para as estatísticas o
trabalho integrado e em parceria com organizações como os Centros de Referência
e de Integração da Mulher (Cerem e CIM), além das polícias civil e militar. Ele
não tem dúvidas de que hoje a mulher está mais determinada e disposta a levar
adiante a denúncia de maus tratos. "Diminuiu e muito a certeza da
impunidade por parte dos agressores graças, evidentemente, à iniciativa das
vítimas que deram, com razão, um basta nesse tipo de abuso".
Ex-presidente da subseção local da OAB
e professor, o advogado Joel de Araújo destaca que a entrada em vigor da Lei
Maria da Penha, em 2006, também contribuiu para a melhora do quadro. "Essa
legislação contém mecanismos de prevenção, assistência às vítimas, políticas
públicas e punição mais rigorosa para os agressores. Pode-se dizer que é uma
lei que tem mais o cunho educacional e de promoção de medidas protetivas do que
a intenção de punir mais severamente, ainda que tais disposições estejam
contempladas e ajudem a inibir a prática de crimes. Acredito, até por isso, que
a norma representa um avanço para a sociedade", lembrou Araújo. O
especialista lembra que a lei gerou discussão quando teve sua inconstitucionalidade
apontada. Araújo cita que alguns entenderam que o texto seria contrário ao
princípio da igualdade na medida em que dispensava tratamento diferenciado e
privilegiado às mulheres, mas a questão não foi além. "A lei não é
inconstitucional, até porque a própria Constituição determina que o Estado
adote e coloque em prática mecanismos que evitem e proíbam a violência no
âmbito das relações familiares, conforme o seu artigo 226. Ademais, o texto
está em harmonia com o que estabelece a Convenção Interamericana para prevenir,
punir e erradicar a Violência Contra a Mulher".
Programação
Como parte das comemorações pela
passagem do Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, a Prefeitura de
Sorocaba realiza hoje, entre 9h e 12h, no auditório da Secretaria de
Desenvolvimento Social (Sedes) palestras sobre o tema. O evento é gratuito e
aberto ao público. Promovida pela Coordenadoria da Mulher da Secretaria de
Desenvolvimento Social, em parceria com a Associação Comercial de Sorocaba, a
atividade tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da
preservação dos direitos da mulher e do grande mal que a violência causa para
toda a família. Às 17h, o Coletivo Feminista Rosa Lilás de Sorocaba, promove
Ato no Terminal Santo Antônio.
Notícia publicada na edição de 25/11/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na
página 004 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é
atualizado diariamente após as 12h.
Essa reportagem retrata muito bem que o Brasil é o país campeão de violência contra a mulher, ficando atrás da Índia e certos países muçulmanos. Infeliz das brasileiras que sofrem abusos e não tem ninguém por elas.
ResponderExcluirSou brasileira, já morei no exterior e não troco o brasil por nada. Quem fala mal do nosso país, é porque desconhece do que se passa lá fora. Se você duvida, vá morar no Egito. Se você for branca, eles te pegam na rua mesma e os guardas passam e ainda riem. Levei essa vida seis anos por lá. Nunca mais volto. Luciana Macfreee. São Paulo.
ResponderExcluirParabenizo o Jornal Cruzeiro do Sul pela boa matéria. Durvalina Gonçalves. Sorocaba.
ResponderExcluirEsses homens vagabundos, pensa que a mulher é saaco de pancada. Mas isso está mudando. Eles tem mesmo é que levar pau da justiça. Zeneide Cabreira. Boituva/SP.
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