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segunda-feira, 27 de abril de 2015

CACCIOLA FOI O PIZZOLATO DO FHC? QUEM ROUBOU MAIS?

Recordar é viver: Para a reeleição de FHC, Cacciola doou R$50 mil
Folha de São Paulo de 29/4/1999.
Folha de S.Paulo de 29/4/1999.

Antes de ler a notícia sobre a doação do dinheiro, é necessário lembrar alguns fatos ocorridos no (des)governo FHC e como agia o Banco Central e o Proer na época. Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka, foi protagonista de um dos maiores escândalos do País. O caso atingiu diretamente o então presidente do Banco Central, Francisco Lopes. Em janeiro de 1999, o BC elevou o teto da cotação do dólar de R$1,22 a R$1,32. Essa era a saída para evitar estragos piores à economia brasileira, fragilizada pela crise financeira da Rússia, que se espalhou pelo mundo a partir do final de 1998. Naquele momento, o banco de Cacciola tinha 20 vezes seu patrimônio líquido aplicado em contratos de venda no mercado futuro de dólar. Com o revés, Cacciola não teve como honrar os compromissos e pediu ajuda ao BC. Sob a alegação de evitar uma quebradeira no mercado – que acabou ocorrendo –, o BC vendeu dólar mais barato ao Marka e ao FonteCindam, ajuda que causou um prejuízo bilionário aos cofres públicos. Dois meses depois, cinco testemunhas vazaram o caso alegando que Cacciola comprava informações privilegiadas do próprio BC. Sem explicações, Lopes pediu demissão em fevereiro. A chefe interina do Departamento de Fiscalização do BC era Tereza Grossi, que mediou as negociações e pediu à Bolsa de Mercadorias & Futuros uma carta para justificar o socorro. O caso foi alvo de uma CPI, que concluiu que houve prejuízo de cerca de R$1,5 bilhão aos cofres públicos. A CPI acusou a alta cúpula do Banco Central de tráfico de influência, gestão temerária e vários outros crimes. Durante depoimento na comissão, Lopes se recusou a assinar termo de compromisso de falar só a verdade e recebeu ordem de prisão. Em 2000, o Ministério Público pediu a prisão preventiva de Cacciola com receio de que o ex-banqueiro deixasse o País. Ele ficou na cadeia 37 dias, mas fugiu no mesmo ano, após receber liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello. Pouco tempo depois de se descobrir o paradeiro do ex-banqueiro, o governo brasileiro teve o pedido negado pela Itália, que alegou o fato de ele ter a cidadania italiana. No livro Eu, Alberto Cacciola, confesso: o Escândalo do Banco Marka(Record, 2001), o ex-banqueiro declarou ter ido, com passaporte brasileiro, do Brasil ao Paraguai de carro, pego um avião para a Argentina e, de lá, para a Itália. Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Salvatore Cacciola, à revelia, a 13 anos de prisão pelos crimes de peculato – utilizar-se do cargo exercido para apropriação ilegal de dinheiro – e gestão fraudulenta (depois de extraditado da Itália, cumpriu 3 anos de pena e agora está livre, leve e solto). Após um processo que durou 13 anos, em 29 de março de 2012, o juiz Ênio Laércio Chappuis, da 22ª Vara Federal do Distrito Federal, condenou por improbidade administrativa e ao ressarcimento de uma soma bilionária aos cofres públicos os principais envolvidos no escândalo que ficou conhecido como “Marka e FonteCindam”. As condenações decorrem de duas ações civis, uma pública, ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF), e outra popular, e atingem sete pessoas, dentre elas o então presidente do BC, Francisco Lopes Francisco Lopes (10 anos de cadeia), a diretora de Fiscalização do BC Tereza Grossi (6 anos) e os ex-diretores do BC Cláudio Mauch e Demóstenes Madureira de Pinho Neto (5 anos). As sentenças atingiram também o Banco Central, a BM&FBovespa, o BB Banco de Investimentos e o Marka, e determina que os réus terão de ressarcir danos ao erário de cerca de R$895,8 milhões, em valores de fevereiro de 1999. O magistrado ainda declarou nula “a operação de socorro feita pelo Banco Central ao banco Marka”. Agora, caro leitor, sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada. E o Cacciola até brindou FHC com uma doação de sua empresa para sua reeleição. Onde estariam os paladinos da justiça e da ética do STF? Já pensou se fosse o Lula?

6 comentários:

  1. Iguaizinhos esses partidos políticos, não acredito em nenhum, por isso voto sempre no candidato que conheço.Osvaldo Pereira. Sorocaba.

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  2. Acho que devemos discutir política e procurar um jeito sério de fazê-la, com essa gente e sem essa gente, algo temos que fazer, o que não podemos é lavar as mãos. Arthur Giovanete. Votorantim/SP.

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  3. Adorei esse desmascaramento do PSDB. Gente metida a honestinha, mas quando estiveram no poder, roubaram igual ao LULLA. quaquaquaquaqua. Virgilio Santoro. Sorocaba.

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  4. Psiu. Está certo que ninguém presta nesse país, mas não precisa espalhar não é mesmo? Vai que os bolivianos vem e toma da gente. Vasco Pereira. administrador.

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  5. E o Cacciola até brindou FHC com uma doação de sua empresa para sua reeleição. Onde estariam os paladinos da justiça e da ética do STF? Já pensou se fosse o Lula? Somente isso já basta para mim, que não sabia disso. Osvaldo Teodósio Pereira. Metalúrgico e aluno de administração de empresa na FGV.

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