Joel de Araujo Advogados

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domingo, 13 de maio de 2012

O APRESENTADOR DE TV E A MULHER QUE FLUTUAVA!

O APRESENTADOR, O PROFESSOR JAPONÊS E A MULHER QUE FLUTUAVA!

Transcorria  o domingo e lá estava o robusto apresentador de  uma emissora de televisão que anima o Brasil nas tardes de domingo, anunciando o “milagre” de uma mulher de Indaiatuba que não havia água nesse mundo capaz de  afundá-la, ou seja, a dita mulher “caminhava” sobre as águas. Ela não afundava, e não precisava fazer esforço algum, e tanto foi a “propaganda” que segundo o Ibope, a grande audiência da TV brasileira, tão logo terminou a transmissão do jogo de futebol, estava lá com os olhos pregados na televisão  aguardando o “milagre da flutuação”. Depois de muito suspense, apresentação de vários quadros que nada tinham a ver com o assunto, enfim diz o apresentador para todo o Brasil ouvir: “Então, chegou o grande momento que todos estão esperando, a mulher que flutua, minha gente e não há truque algum, é da própria natureza dela”,etc, etc, e tal, para ilustrar manda improvisar uma piscina no palco, e  determina a duas bailarinas que pulem na água,  para mostrar que qualquer ser humano “normal” afunda. Para ilustrar mais ainda, ordena que sejam jogados ... um par de tênis,...uma moeda..., um pacote de algodão,...uma jaca...., uma melancia...,uma pedra...,um ferro de passar roupa,..  para demonstrar que o”que cai na água afunda”, senão bastasse as demonstrações de suas bailarinas. Enquanto isso, na piscina do gordo apresentador, em sua casa, lá estava a mulher da cidade de Indaiatuba/SP, pronta para fazer a sua demonstração para o Brasil. Então, depois de muito enrolar, chega o grande e esperado momento, a mulher vai entrar na piscina, entrar não, vai caminhar sobre as águas, e quando tira o roupão, percebe-se uma “roliça senhora” que ao adentrar na piscina, ela afunda até o pescoço, e começa a caminhar de um lado para outro, dentro da piscina, movimentado as pernas, então eu penso...Ela está é nadando de pé! Onde está o milagre? Isso até eu faço, aliás, sempre fiz isso quando vou na piscina, mas para minha surpresa, em dado momento, ela para, cruza as pernas, os braços, e não é que fica imóvel e não afunda? Então, torno a pensar com meus botões, caramba, não é que ela flutua mesmo? Mas, alguma coisa não está batendo, o “anúncio foi que a mulher iria andar, caminhar, sobre as águas”, mas não foi isso que aconteceu, ela afundou até o pescoço, então do pescoço para baixo ela afunda”, não passou  de propaganda  enganosa, mas vá lá, alguma coisa precisa ser explicada. Então, para livrar a sua barra, e já pensando em tudo, não é que o apresentador, chama um japonês, professor da cadeira de física na USP, para esclarecer “o fenômeno”. Chega o japonês que vai logo explicando....” É tudo uma questão de densidade”, e para exemplificar, afirma que a tendência da água é empurrar tudo de volta para cima, e tira um objeto do bolso dizendo tratar-se de uma pequena balança, e pendura no referido objeto um outro objeto que pesa três kilos, e a seguir enfia esse objeto pendurado na balança em um recipiente com água, e aquele objeto que do lado de fora pesava três kilos, na água passa a pesar um kilo. Então ele fala, com a maior naturalidade, “viu só, é uma questão de densidade”. Como assim? Indaga o apresentador, o professor japonês pega, então, uma garrafinha de plástico, destas que se usa para refrigerante, com 1/3 ( um terço) dele com um líquido que segundo o professor era mercúrio, um líquido considerado metal pesado, e com a garrafa devidamente fechada é colocada no recipiente com água, onde se fazia a demonstração, mas a garrafa não afunda, afunda apenas a metade da garrafa, então ele reafirma:” viu, é uma questão de densidade”. É nessa  hora, que o apresentador, abre o jogo: “ Eu confesso que não entendi”. O professor, com sua calma oriental, vai logo dizendo, preste atenção, tira a garrafa do recipiente, a abre, espreme, tira todo o ar que havia dentro, a fecha novamente, e torna a colocá-la no mesmo lugar, e assim começa a afundar... lentamente, até chegar ao fundo, e complementa, viu, é uma questão de densidade. É nessa hora, que o apresentador, fica vermelho, começa, suar, e dá um grito com a programação em “pleno ar”: “ Ei, pessoal, que estão na minha casa assistindo o programa, tira a senhora da piscina imediatamente, andem logo, por favor, não percam um minuto, rápido, rápido”. E entra o comercial. Cinco minutos depois, retorna o programa, e já com ar aliviado, o gorducho apresentador, vai logo dizendo: “ Nossa, quase caí nessa, se essa mulher, “não conseguisse segurar o ar, iria borrar a minha piscina”, e complementa, “assim, até eu flutuo”. Seu ajudante de palco, parecendo não entender, pergunta:”Como assim?” Então, o apresentador, esclarece, no grito, cozinhe um kilo de batata roxa, come tudo, e pode pular na piscina que você quiser, que irá flutuar enquanto tiver o gás metano armazenado na barriga, porém muito cuidado, porque se escapar um pouquinho, você não consegue segurar o resto, e vai pro fundo, você não viu o japonês espremendo a garrafinha? Entendeu a mágica da mulher?  E acabou mais cedo o programa!


5 comentários:

  1. Querido amigo, fiquei às voltas procurando uma explicação relacionada ao mundo jurídico e o que se espera dele, afinal, vosso honrado periódico possui o tema "ita speratur", ou seja, "assim se espera"... Creio que pretendeu demonstrar que para que um magistrado (representado pelo apresentador) aproxime o Direito da Justiça, deverá se socorrer de peritos, auxiliares da justiça, etc (professor da USP) sempre que por si só, não for capaz de compreender onde se encontra a verdade de determinado caso... A verdade possui inúmeras facetas quando se trata dos caminhos percorridos num embate jurídico. Acertei? Seria essa a lição por detrás dessa espirituosa narrativa? Utilizá-la-ei para ilustrar aulas. Permite? Saudações a meu amigo.
    Abraços, Dra. Maria Thereza.

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  2. É isso aí! O autor sempre surpreendendo. Isso é próprio das pessoas inteligentes: assimilação! Perspicácia! Se me permite, meu amigo, abaixo copio um poema. Abraços do leitor W. Damas.

    A Verdade (Carlos Drummond de Andrade)
    A porta da verdade estava aberta,
    Mas só deixava passar
    Meia pessoa de cada vez.
    Assim não era possível atingir toda a verdade,
    Porque a meia pessoa que entrava
    Só trazia o perfil de meia verdade,
    E a sua segunda metade
    Voltava igualmente com meios perfis
    E os meios perfis não coincidiam verdade...
    Arrebentaram a porta.
    Derrubaram a porta,
    Chegaram ao lugar luminoso
    Onde a verdade esplendia seus fogos.
    Era dividida em metades
    Diferentes uma da outra.
    Chegou-se a discutir qual
    a metade mais bela.
    Nenhuma das duas era totalmente bela
    E carecia optar.
    Cada um optou conforme
    Seu capricho,
    sua ilusão,
    sua miopia.

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  3. brasileiro acredita em tudo. até no faustão, que somente ele poderia criarr uma façanha dessa. eu também caí nessa armadilha. Osvaldo Cardoso.

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  4. Essa mulher era estufada igual faustão, pspspspspspspsasssss.

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