PRECE DO PROTESTO
Sai, brasileiro, às ruas
grita o teu inconformismo
brada tua indignação
reclama dos desmandos, maracutaias,
falcatruas
ocupa o espaço que é teu por
direito, posto que legítimo
compartilha a bronca, a frustração
Sai, brasileiro, às ruas
porque as ruas são teu continente,
teu porto seguro
desaba, berra, age, briga, luta
arranca do peito a revolta, a mágoa
só não deixa de acreditar no futuro
só não cede ao apelo do ceticismo,
da inglória labuta
Da mesma forma, se me permite
vai às ruas, sim; mas, vai em paz
canaliza teu ódio, se ódio existir
e o vocifere; não, não hesite
extravasa a dor da dor demais
não descuida, por favor, do porvir
Porque ganhar as ruas, protestar
é prova de saúde civil
é próprio de quem não se conforma e
de quem sofre
não é da índole de quem abomina
vandalizar
de quem nunca sentiu
de quem da briga não foge
Sai, brasileiro, às ruas para
cantar teu país
porque teu canto é de dor
diverge da Copa, não torce (se for
o caso) pela seleção
reclama dos gastos absurdos, dos
desmandos imbecis
mas não deixes de lado o amor
que sempre se sobrepõe à razão
O protesto não precisa da violência
depende, sim, da veemência
Não cabem, por isso, no poema a extravagância,
o ódio, o preconceito, a
intolerância
sai, sim, brasileiro às ruas em paz
segue "ao lugar onde essa
angústia se desfaz"
e cuida para que nada te aconteça
Pela PAZ e contra os desmandos. Falou tudo!
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