PRECE DO PROTESTO
Sai, brasileiro, às ruas
grita o teu inconformismo
brada tua indignação
reclama dos desmandos, maracutaias, falcatruas
ocupa o espaço que é teu por direito, posto que legítimo
compartilha a bronca, a frustração
Sai, brasileiro, às ruas
porque as ruas são teu continente, teu porto seguro
desaba, berra, age, briga, luta
arranca do peito a revolta, a mágoa
só não deixa de acreditar no futuro
só não cede ao apelo do ceticismo, da inglória labuta
Da mesma forma, se me permite
vai às ruas, sim; mas, vai em paz
canaliza teu ódio, se ódio existir
e o vocifere; não, não hesite
extravasa a dor da dor demais
não descuida, por favor, do porvir
Porque ganhar as ruas, protestar
é prova de saúde civil
é próprio de quem não se conforma e de quem sofre
não é da índole de quem abomina vandalizar
de quem nunca sentiu
de quem da briga não foge
Sai, brasileiro, às ruas para cantar teu país
porque teu canto é de dor
diverge da Copa, não torce (se for o caso) pela seleção
reclama dos gastos absurdos, dos desmandos imbecis
mas não deixes de lado o amor
que sempre se sobrepõe à razão
O protesto não precisa da violência
depende, sim, da veemência
Não cabem, por isso, no poema a extravagância,
o ódio, o preconceito, a intolerância
sai, sim, brasileiro às ruas em paz
segue "ao lugar onde essa angústia se desfaz"
e cuida para que nada te aconteça
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Vamos sim as ruas, mesmo que seja para apanhar da polícia do "alquimim". anônimo.
ResponderExcluirO protesto, ou direito de protestar é o mesmo de reclamar, e sendo inerente ao homem, trata-se de uma extensão do direito de expressar. O protesto pacífico e educado é salutar o que não se admite é o protesto ou reclamação grosseira com danos à propriedade alheia, porque quando isso ocorre a própria Democracia corre perigo. Julio Aidar. São. Advogado no Estado de São Paulo e no norte do Paraná. Professor universitário.
ResponderExcluirPela PAZ e contra os desmandos. Falou tudo! Anônimo.
ResponderExcluir