Afirmo com toda certeza, e sei que os advogados
criminalistas, assim pensam também, que cumprir pena no Brasil, é ser condenado
duas vezes. Falo do advogado criminalista, porque sei que ninguém de qualquer área do direito, que não seja a penal, consiga entender o
espírito de um advogado criminalista,
não porque sejamos os melhores seres do mundo, ou que tenhamos mais
conhecimento do que qualquer outro. Falo o que falo, porque percebi ao longo da
vida, que ninguém consegue entender a alma humana, melhor do que aqueles que atuam
na seara criminal. Somente o advogado
criminalista é capaz de se comover com a situação de um prisioneiro, um ser
humano que perdeu tudo, em especial a sua dignidade quando é lançado em uma
cela podre, suja, inadequada para recuperar um cidadão, que tenha cometido
qualquer delito, até porque o sentido da pena, não é de castigar ninguém, mas
sim, de recuperar o indivíduo para retornar ao convívio social. Não há respeito
algum ao ser humano condenado, onde sequer tem o direito de fazer suas
necessidades fisiológicas em ambiente
que esteja só, faz ali em um buraco, no canto da cela, na presença de todo
mundo, onde acaba por ofender, por força das circunstâncias o direito ao
ambiente saudável de todos os demais que compartilham o local. A prisão no
Brasil é uma escola do crime, onde o preso ali adentra como se fosse cursar uma
escola primária, e ao deixar a prisão, sai com um diploma universitário, porque
saiu graduado, pós graduado, e com mestrado da “universidade do crime”, a
condenação ao contrário do que diz a Lei, tem dupla finalidade, segregar o indivíduo
do convívio social, e castigá-lo, a
começar pelo local insalubre, sujo e pior do que era os presídios na idade
média. É preciso despertar a necessidade de vigilância sobre esse comportamento
omissivo do Estado, posto que não oferece as mínimas garantias constitucionais
de direitos aos cidadãos, porque o cidadão tem entre seus direitos
inalienáveis, aquele de preservar a sua liberdade e intimidade, em qualquer
situação, e a Lei, tem como pressuposto, recuperar o indivíduo, e não
transformá-lo em um criminoso pior, doente, que irá depois que deixar o
presídio, contaminar o resto da sociedade, agora desprovido de piedade e muito
pior do que quando ali adentrou, e nós o povo que vamos pagar o pato, porque ao
ser tratado sem o mínimo de dignidade o prisioneiro, quando liberto, irá
descontar toda a sua fúria e ódio, naqueles que trabalham e produzem, sem
contar a disseminação de doenças de toda natureza, na sociedade. E volto a
dizer, que a culpa é nossa porque não sabemos escolher em épocas de eleições,
pessoas comprometidas de verdade com o bem estar social. Por isso, faço essa
alerta às pessoas de boa vontade, em especial aos juristas criminais, para que
botam a “boca no trombone” porque já passou do tempo de trabalhar para que os
presos sejam vistos, também como seres humanos, sujeitos de direitos e da
proteção do Estado e a indiferença de nossa parte reverterá contra nós mesmos,
que agora, não podemos contar com a proteção do Estado, pela falta de segurança
que nos é imposta. É preciso exigir que o Estado cumpra o seu papel!
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
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Muito fácil de resolver o problema. Não quer sofrer na masmorra do presídio? Não cometa crime. Trabalhe e seja honesto. Espero que a turma do PT que estão preso no Lava Jato, estejam em um ambiente igual ao descrito no artigo. Fiquei feliz agora. Sebastião Noronha. Aracanduva.
ResponderExcluirO sistema carcerário brasileiro é estarrecedor, por isso que a ONU, coloca o Brasil na mira dos violadores dos direitos humanos. anônimo.
ResponderExcluirSou agente penitenciário em São Paulo, e moro em Sorocaba, apenas posso dizer que o presídio é um nojo, qualquer deles, além dos presos jovens ou novos apanharem na cela dos "companheiros", são submetidos a todo tipo de violência pelo sistema, e o preso esperto, ou de família esperta, não visita a cadeia para ver o filho, porque se tiver mulher bonita no meio, a turma abusa, se não for da primeira visita, da segunda não escapa. Mas percebo que tem algumas parentes que até provocam, para serem agarradas. o meu nome? Banana prá vocês.....
ResponderExcluirSe eu fosse carcereiro. A se eu fosse carcereiro, preso? Não come. Não bebe. Não dorme, por uma semana, pelo menos. Depois eu pensaria no caso! anônimo. Mas moro em Santo André e sou vizinho do Lula.Que amo de paixão.
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